Cada cor, uma sentença

Devido à destruição parcial da camada de ozônio, os raios ultravioletas penetram na terra e incidem de maneira cada vez mais agressiva e, com isso, pessoas de todos os tipos de pele devem estar atentas aos cuidados. No entanto, as pessoas de pele clara são as que mais sofrem com a irradiação solar e são elas que devem redobrar os cuidados na exposição aos raios. Em Cuiabá não é diferente, o sol castiga de forma intensa entre os meses de maio á setembro. Essa exposição ao sol sem a utilização de filtro solar pode causar o envelhecimento da pele, ou seja, uma pele desbotada, com manchas, tanto no rosto como em todo o corpo.

Como é o caso da micro empresária Ione de Fátima, 40 anos, que mora em Cuiabá há 15 anos, e hoje tem em sua pele o reflexo dos maus cuidados que tinha com sua pele. “Eu vim de um lugar em que o calor não era tão intenso, portanto eu não tinha o hábito de usar protetor solar. Hoje tenho a pele toda manchada e faço tratamento com uma dermatologista.”

Segundo a dermatologista Luzia Leão os tipos de pele estão divididos, por critério de cor e capacidade de bronzeamento, em 6 diferentes fototipos. Os fototipos que correspondem às peles mais claras e, logo, aos grupos de maior risco são o I, II e III. Os primeiros são os de pele muito branca, com sardas e olhos claros, que sempre se queimam e nunca se bronzeiam. Do segundo fototipo fazem parte as pessoas de pele clara, olhos azuis, verdes ou castanhos claros, cabelos loiros ou ruivos; sempre se queimam e às vezes se bronzeiam. O terceiro grupo é o dos indivíduos com o branco normal, que se queimam moderadamente, bronzeiam-se gradual e uniformemente. A dermatologista recomenda o uso de bloqueadores solares no caso das peles com os fototipos citados anteriormente. “Isto é, a indicação mais apropriada são os produtos com fator de proteção solar 30 ou superior. Deve-se evitar a exposição ao sol nos horários mais críticos, entre as 11 horas da manhã e 5 da tarde. O ideal é que a reaplicação do protetor seja feita a cada duas horas. As pessoas de pele mais sensível podem ainda recorrer a chapéus.”

Os cuidados com a pele são essenciais a qualquer fototipo, no entanto, peles claras são muito mais suscetíveis à doenças como o câncer de pele. Os efeitos solares nesses indivíduos tomam proporções muito maiores comparadas às peles mais escuras. “Mesmo que o sol não esteja aparente, os raios continuam incidindo. Portanto, a proteção diária da pele deve ser um hábito a se adotar”. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pele clara, sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros.

Elas se destacam no corpo, muitos a acham charmosas e outros não gostam. Assim são as sardas, que são pequenas manchas arredondadas de tonalidade castanha e que aparecem geralmente ente os 6 aos 18 anos de idade. De acordo com a Dermatologista Lílian Brito ela são hereditárias, são comuns em indivíduos de pele clara, entre eles os ruivos, sendo que a exposição solar é o principal fator desencadeador dessas pequenas lesões. “Nesse local, o melanócito, que é a célula da pigmentação, produz mais pigmento”, explica Lílian Brito. Assim como as melanoses solares (manchas marrons semelhantes às sardas que aparecem em pessoas mais velhas devido a intensa exposição solar, costumam aparecer em locais que ficam mais expostos, como o rosto, o colo, os antebraços e o dorso das mãos). Lílian revela que elas tendem a aumentar com o passar dos anos, “isso acontece graças a ação acumulativa da luz solar na pele, que induz a formação de novas sardas, manchas solares e outras lesões na pele”.

Apesar disso elas não se transformam em lesões malignas, contudo a pessoa que tem sardas possuem maior tendência a apresentar câncer de pele com o passar da idade, caso a exposição ao sol seja sem cuidados.

A arquiteta Flávia Vieira, 30 anos, que conta com um bom numero de sardas no colo, desde a adolescência. “Elas já foram motivo para eu querer esconder meu corpo, quando eu tinha por volta de 15 anos. Mas hoje as acho simpáticas. Sem falar que meu marido fala que é meu charme.” Para protegê-las do forte calor cuiabano, muito protetor solar. “Cuiabá é uma cidade muito quente e, como minha pele é clara, não posso dar moleza.”

De acordo com Lílian, independente da estação do ano, o principal fator de risco para o câncer de pele é a exposição ao sol. Pessoas que tenham sardas ou mais de 50 pintas espalhadas pelo corpo são mais vulneráveis. O câncer não-melanoma é considerado menos perigoso, pois tem crescimento lento e, quando tratado no início, traz baixo risco de morte. Geralmente, atinge áreas que ficam cronicamente expostas, como rosto, colo e braços. No entanto, pode ser um sinal de risco para o tipo mais agressivo.O melanoma age de maneira agressiva pois se prolifera rapidamente e pode gerar metástase em outras partes do corpo. Costuma aparecer em partes menos expostas, como tronco e membros, e ocorre como fruto de uma exposição aguda ao sol, que gerou bolha e queimadura.

A radiação ultravioleta do tipo B, mais presente das 10h às 16h, está mais ligada ao câncer, pois causa queimaduras, atinge mais a epiderme e altera o DNA celular, diz Lilian. O uso de filtros solares e a menor exposição ao sol no horário de maior risco reduzem as chances de câncer.

Camas de bronzeamento artificial também aumentam os riscos e devem ser evitadas. "Fazer bronzeamento artificial uma vez por mês ou mais aumenta o risco de câncer de pele em mais de 50% e, se realizado antes dos 35 anos, aumenta o risco de melanoma em 75%", explica ela.


Verdade ou mentira?


Quando se trata do assunto sardas, muitas informações são divulgadas e muitas perguntas surgem. Confiram algumas.


Água quente prejudica as sarda?


De acordo com Lílian, ela não prejudica, porém a alta temperatura pode rssecar a pele.


Luz fluorescente causa câncer?


Segundo Luzia Leão, esse tipo de iluminação pode causar manchas sobre a pele e piorar as doenças de peles sensíveis a luz. “As sardas também são estimuladas pela luz, sendo que a claridade pode aumentar a quantidade.”


Raios Solares aumentam as sardas?


Luzia explica que o sol é o principal fator de envelhecimento, além de estimular diferentes doenças, incluindo o câncer de pele. E pode transformar melasma em melanoma.


A proteção ideal é um protetor solar de no mínimo fator 30, aliado a chapéu, sobrinhas e óculos escuros. E ressalta que os dias nublados também merecem atenção, afinal, mesmo na ausência do sol, há radiação ultravioleta. “É sempre válido ressaltar que as luzes artificiais também trazem danos a pele” Completa Luzia.

Por: Dantielle Gomes

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